sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Os Cavaleiros do Zodíaco e o início da imprensa especializada

Enquanto Os Cavaleiros do Zodíaco faziam sucesso nos primeiros meses em "terras brasilis", estava pra surgir uma nova imprensa que se especializaria aprofundadamente na cultura pop de diversos segmentos. E o momento foi mais que oportuno. Caiu como uma luva, pois devido a tanto sucesso do anime, esse tipo de imprensa continua em vigor e inspira, até hoje, jornalistas e blogueiros (como este que vos escreve) a seguir com o gênero rumo net afora.


A Heróis do Futuro foi a principal
concorrente da Herói nos anos 90
A Revista Herói foi a pioneira no acesso
informativo da cultura pop no Brasil




























Tudo começou nos idos de 1994, quando os jornalistas André Forastieri e Rogério de Campos fundaram a Editora Acme. A inspiração de criar uma revista nos moldes da revista Set Terror & Ficção, spin-off da Revista Set, onde ambos foram redatores. O grande trunfo foi a Revista Herói, fruto da parceria da Acme com a Nova Sampa.

O momento foi propício, pois havia um desenho japonês que estava acima do auge no final daquele ano. Os Cavaleiros do Zodíaco teria que virar capa da primeira edição da revista. Ou senão, de várias capas que seguiriam nas futuras edições, desde então. A primeira matéria sobre os defensores de Atena foi escrita por Odair Braz Jr. Mas, dentre as contratações, Marcelo Del Greco foi o jornalista responsável por levar informações sobre o anime, com direito à spoilers. A intenção, segundo o próprio Del Greco, era fazer da revista uma "Contigo dos animes". E a fórmula deu muito certo. A Herói caiu no gosto do público infanto juvenil e foi responsável por um fenômeno noventista no Brasil que foi herdado com a acensão da internet. Ou melhor, a internet especializada em cinema, séries de TV e coisas afim teve um prólogo importante numa década em que tudo era limitado.

Em contrapartida, surgiram as concorrências e Cavaleiros era (obviamente) o pano de fundo principal. A revista Heróis do Futuro, da Editora Press, foi a primeira rival da Herói. Quanto a Cavaleiros, os destaques foram marcados pelas matérias relacionadas à mitologia e à origem dos heróis.


Capa da segunda edição
 da revista Japan Fury
Edição #5 da revista Animax


























As duas revistas teriam que lidar com outra concorrente: a revista Japan Fury, que curiosamente era publicada também pela Sampa. Destinada ao público jovem, a revista tinha um tom mais solto para as críticas. A revista teve apenas seis edições e curiosamente as matérias tinham conteúdos interessantes, incluindo sobre os mangás de Cavaleiros. Tema inédito nas revistas especializadas da época.

A Japan Fury costumava fazer sorteios de fitas VHS dos Cavaleiros. A parceria foi fechada entre a Flash Star Home Video, que era a detentora dos filmes da série clássica nos anos 90. Tudo isso além de kits relacionados ao anime de maior sucesso no Brasil.

Após o fim da Japan Fury, surgia em maio de 1996 a revista Animax. Esta sim procurava disputar agressivamente com a Herói e seguia com matérias relacionadas aos mangás de Cavaleiros. Assim como a Herói, a revista editada por Sérgio Peixoto e José Roberto Pereira mantinha matérias sobre os animes que estavam em exibição no Brasil e no Japão naquele período.

Outras revistas do gênero começaram a surgir após o período dos Cavaleiros do Zodíaco na saudosa Rede Manchete. Como a revista Anime Do, da Editora Escala, que mantém-se no mercado, apesar da força que a internet tem contribuído para o meio. Dentre outras também tivemos a New Tokyo, também da Editora Escala, que trazia conteúdos inovadores sobre Cavaleiros e outros animes. E a Ultra Jovem, que era voltada ao público infantil e passou a abordar sobre Cavaleiros. Ah, a Herói continua apenas como site e a mesma teve momentos marcantes, podendo ser considerada como eras de prata da marca.

Bons tempos aqueles em que estas revistas estavam no mercado. Era um diferencial e tanto. Temos que agradecer aos pioneiros redatores e jornalistas destas revistas que tantos nos alegraram naqueles tempos.

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