terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Kamen Rider Build é uma ótima série com um anti-herói impulsivo

O secundário Kamen Rider Cross-Z

Após meses sem assistir Kamen Rider Buildtirei uns dias pra maratonar episódios atrasados e ficar em dia. Indiscutivelmente essa é uma das melhores séries da franquia. A trama é muito bem construída (sem trocadilho) e é escrita por Shogo Muto, que por sinal, é seu primeiro trabalho com tokusatsu. Além de direção de Ryuta Takasi, que já esteve envolvido em algumas séries Kamen Rider e também Super Sentai.

Se você está acompanhando, provavelmente você viu várias reviravoltas durante a trama. Só pra destacar: as revelações sobre a verdadeira identidade de Blood Stalk (um dos grandes vilões dos últimos tempos) e sobre o passado de Sento Kiryu foram pontos-chave para tudo o que vem acontecendo até aqui. Kamen Rider Build tem bastante coisa pra comentar e não daria um post inteiro.

Como toda boa produção, nem tudo é perfeito e como em praticamente toda série Kamen Rider, tem um anti-herói esquentadinho. Nesta série temos Ryuga Banjou, acusado de ter matado Takumi Katsuragi, o cientista (do diabo) que criou o Rider System. Bem como o Build Driver e outros apetrechos usados no enredo. Desde o primeiro episódio, Ryuga se mostra um personagem à altura e não tem como não se deixar apegar a ele. Ainda mais pelo fato de Ryuga ter perdido sua noiva após ter sido transformada num Smash e ser derrotada por Build em seguida. Demorou alguns episódios para Ryuga se transformar no Kamen Rider Cross-Z (lê-se: "cross", com Z mudo). De lá pra cá vemos um herói impulsivo e que não mede as consequências quando seu foco é apenas obter mais poder e vingar a morte de sua noiva. Isso não vem sendo ruim para a trama, pois ele não perde o carisma e seu lado humano.

Bem, mais cedo ou mais tarde essa atitude pode prejudicar algum personagem e talvez mudar o rumo das coisas. Seja para o bem ou para o mal. Provavelmente lá para a reta final da série, como aconteceu com Hiiro Kagami/Kamen Rider Brave em Kamen Rider Ex-AidEssas expectativas podem fazer com que Ryuga seja um personagem bem mais interessante do que agora.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Freeza deixa má intenção à vista e tenta bancar o Dr. Smith em Dragon Ball Super

Freeza tentando bancar o inocente com Gohan (Foto: Reprodução/Crunchyroll)

Convidar um antigo inimigo para se aliar a um time de um Torneio é algo bastante arriscado e requer uma atenção redobrada. E o time do Sétimo Universo precisa ter muito cuidado. Principalmente Goku que teve a ideia. No começo pareceu improvável, mas com o tempo Freeza foi se mostrando aliado forte nas batalhas.

Porém deu umas escorregadas. Não escondeu que ele tem más intenções. Já comentei aqui neste blog sobre algumas ocasiões onde ele poderia "se dar bem" e se mostrou do lado de Goku e cia. Pode ser um blefe? Sim, e mais uma vez Freeza deixou claro que pode ser um terrível inimigo. No episódio deste domingo (21) ele tentou negociar uma aliança com Dyspo onde o vilão fosse ressuscitado pelas Esferas do Dragão, caso o Décimo Primeiro Universo fosse vencedor. Muito esperto, Dyspo recusou a oferta.

Já disse uma vez nesta coluna: Freeza pode estar tramando um grande plano para sabotar o Torneio. Como todos ouviram (não sei como conseguem naquela distância), ele já perdeu a confiança de todos do Sétimo Universo. Impossível não dizer que ficará inquieto após o Torneio. Bem, será que o Goku tem algum plano para detê-lo? Tudo é possível.

E minha impressão no episódio da semana foi de que Freeza tentou bancar como Dr. Smith da série clássica de ficção científica Perdidos no Espaço, de Irwin Allen. Por um momento ele tentou disfarçar a sua tentativa com a chegada de Gohan praticamente no mesmo estilo "malandro". Só que a diferença é que o filho de Goku não é nada bobo como era o menino Will Robinson e não se deixou levar pelo charlatão. Problema resolvido (mesmo com o sacrifício de Gohan na arena). Pra quem não conhece, Dr. Smith era um vilão que acompanhava involuntariamente a Família Robinson na frustrada missão espacial pela nave Júpiter 2. Personagem do saudoso Jonathan Harris, ele tentava trair os Robinson. Ainda assim foi um personagem marcante e carismático para quem viveu os anos 60 e 70.

Sobre o final de Dragon Ball Super, acredito que seja um hiato, por enquanto. Assim como foi com Dragon Ball Kai. Não creio que haja mudança de horário, pois a lista de episódios da coletânea em home-video da série foi um indício. Consta um episódio a mais no último volume. A partir de abril começa a sexta encarnação de GeGeGe no Kitarô na mesma faixa dominical da Fuji TV. A primeira série da franquia do falecido mangaká Shigeru Mizuki completou 50 anos de estreia na TV japonesa.


O icônico Dr. Smith da série Perdidos no Espaço

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Godzilla retorna impetuosamente em trilogia animada

O novo animê do Rei dos Monstros (Foto: Divulgação/Netflix)

Com divulgação quase em cima da hora - para a nossa surpresa - a Netflix lançou a primeira parte da trilogia Godzilla: Planet of the Monsters (ou Gojira: Kaiju Wakusei) nesta quarta (17) para todos os assinantes do canal de streaming em mais de 190 países. Foram exatamente dois meses de espera desde o lançamento nos cinemas japoneses em 17 de novembro do ano passado. Esta é mais uma produção do estúdio Toho em parceria com a produtora Polygon Pictures. A mesma de animês com o selo de exclusividade Netflix como Knights of Sidonia, Ajin: Demi-Human e Blame!.

Ao invés de um kaiju que protege a humanidade, esta história mostra um Godzilla muito mais devastador e impetuoso do que nunca. Ou melhor, se tornou dono da Terra através da maior catástrofe já causada na veterana franquia. O primeiro ataque começou no final do século XX. O que obrigou os humanos a abandonarem a Terra. Vinte mil anos depois a humanidade retorna ao planeta sob o comando do capitão Haruo Sasaki, que está disposto a retomar a Terra do Rei dos Monstros. O salto no tempo se deve à uma viagem interdimensional. Uma saída que ajudou a abreviar a jornada depois da fracassada busca por um lugar habitável como a antiga Terra. Sasaki tem contas a acertar com Godzilla. É que seus pais foram vítimas do monstro quando tinha apenas quatro anos de idade.

A primeira parte serve de introdução. Sendo a primeira metade deste episódio carregada de muito diálogo e pouca dinâmica. Nenhum problema, já que faz parte de narrativa bem formulada que explora o histórico da destruição ao mesmo tempo em que os humanos procuram um meio de destruir Godzilla. O ritmo é compensado com muita ação na segunda metade.

Gen Urobuchi (de Kamen Rider Gaim e Madoka Magica) está a cargo da ideia original e do roteiro deste novo Godzilla. A produção conta com dois nomes da direção: o primeiro é Hiroyuki Seshita (de Ajin e Knights of Sidonia) e Kobun Shizuno (de Detetive Conan e Hokuto no Ken). Para interpretar Haruo Sasaki, o elenco conta com o excelente Mamoru Miyano (a inconfundível voz de Ultraman Zero).

O segundo episódio desta saga está marcada para maio deste ano no Japão e deve seguir o padrão de distribuição com poucos meses de atraso via Netflix. Está garantida uma versão do Mechagodzilla na sequencia.

Godzilla: Planet of the Monsters prepara o terreno para a volta do Rei dos Monstros nas telonas em 2019 e 2020. Duas sequencias da franquia MonsterVerse, da Legendary Pictures, onde Godzilla e King Kong irão se encontrar. Até lá a Toho não irá produzir nenhum filme tokusatsu do kaiju. É hora de aproveitarmos este novo e apocalíptico universo que nos apresenta um Godzilla visualmente parecido com aquele que conhecemos em 2014.

E se você é daqueles que dispensa créditos finais, há uma cena extra logo em seguida. Não perca.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Vanishing Line é a melhor série da franquia Garo

Os personagens centrais da série animada (Foto: Divulgação)

Para a surpresa dos fãs da franquia do Cavaleiro Makai, a série animada Garo: Vanishing Line foi lançada no Brasil em meados de novembro pela Crunchyroll. Isso graças a sua parceria com a Funimation, outro canal de streaming que opera na América do Norte. Este é o terceiro título da franquia a vir para cá. Os filmes tokusatsu Garo: Red Requiem e Garo Gaiden: Flauta Secreta estão disponíveis via Netflix e são licenciados pela Sato Company (veja mais aqui). Até o momento foram exibidos 12 episódios de Garo: Vanishing Line na TV japonesa e o próximo tem previsão para ir ao ar nesta sexta, 12 de janeiro.

Diferente das duas animações anteriores Garo: The Animation (de 2014) e Garo: Crimson Moon (de 2015) que se passavam em eras antigas (inquisição espanhola e era imperial japonesa Heian, respectivamente), esta nova trama se passa nos dias atuais na fictícia Russel City. A cidade americana (baseada em Nova Iorque) ocupa secretamente um cenário de conspiração. Para combater o mal que domina a cidade sem a percepção dos cidadãos, Sword, um cavaleiro Makai, entra em ação para deter os ataques dos diabólicos Horrors ao vestir sua armadura dourada e assumir o codinome Garo. Sword encontra uma única pista sobre os Horrors: Eldorado. É a partir daí que sua missão toma um outro rumo ao encontrar a garota Sophie que também está atrás da mesma pista que pode ter relação com o desaparecimento de seu irmão.

Junto com Sword estão o seu inseparável anel mágico Zaruba, o amargurado alquimista Makai chamado Luke e a formosa guerreira Gina. Zaruba (leia na proparoxítona) serve como conselheiro de Sword e é capaz de captar a presença de Horrors. Porém não possui ligação com as outras versões do universo original da saga em tokusatsu.

Gina, a alquimista Makai
Já Luke é mais sensato que Sword e, apesar da boa parceria com o cavaleiro Makai, está quase sempre em desacordo com ele. É que Luke desaprova o envolvimento de humanos nestas missões sobrenaturais. Além de ser perito em armamentos de fogo, munições especiais e ainda poder apagar a memória das pessoas que viram Horrors, Luke carrega um terrível trauma de infância.

E Gina é uma ladra profissional e também alquimista Makai que trabalha eventualmente ao lado de Sword. Apesar de manter uma aparência de uma mulher manipuladora, esconde seus sentimentos pelo cavaleiro. É dona de uma formosura que chama atenção de Sword, que tem uma estranha reverência às "comissões de frente" de qualquer mulher de sua idade. Porém Gina carrega o bichinho Mia que se esconde em seus próprios seios e ataca Sword quando tenta assediá-la.

Em comparação com as séries tokusatsu, Garo: Vanishing Line consegue equilibrar a densidade da luta contra os Horrors com um pouco de alívio cômico, protagonizado pelo próprio Sword em sua tentativa de conquistar alguma mulher. A série tenta não apelar e consegue formar um elo consistente entre o herói e a adolescente Sophie. Uma relação entre irmãos. Após episódios iniciais isolados, a trama apresenta sua rota de fuga (sem trocadilhos) com a aparição dos vilões Horrors que escondem o segredo do tal Eldorado. A trama é envolvente e provavelmente é a melhor série de Garo até aqui. Mesmo não tendo o mesmo peso sombrio das demais produções da franquia, é ótima para assistir tarde da noite e assistir de uma vez em poucas sentadas. Porém não é uma produção tão leve.

Destaque para o JAM Project que mais uma vez bate ponto interpretando tema de abertura. Desta vez com a música "EMG". Curiosamente Masami Okui, a única mulher a integrar a banda, interpreta a belíssima canção "Sophia". Tema de encerramento do animê. E como não poderia ser diferente, Hironobu Kageyama, cantor de várias séries japonesas como Changeman, Maskman, Jetman, Os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball, empresta mais uma vez sua voz ao anel Zaruba.

Se seguir o padrão das demais séries animadas, Garo: Vanishing Line irá fechar aos 24 episódios. Ainda estão previstos para o próximo cour (trimestre) a entrada dos novos temas de abertura e encerramento. "HOWLING SWORD" por Shuhei Kita e "Promise" por Chihiro Yonekura. Os próximos episódios prometem muitas surpresas com o desenrolar do mistério de Eldorado. Ótima série para quem ainda não acompanhou ou não assistiu a nenhuma das séries live action e animadas.

Garo: Vanishing Line é exibido no Brasil via Crunchyroll sempre com um novo episódios às sextas-feiras a partir das 16h23.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Na luta contra Jiren, vemos em Dragon Ball Super a diferença de técnica entre Goku e Vegeta

Vegeta durante seu embate contra Jiren (Foto: Reprodução/Crunchyroll)

Não é de hoje que percebemos a diferença de habilidade de Goku e Vegeta. Quem acompanha a franquia há longa sabe que além do temperamento de cada um existe o estilo de luta destes Saiyajins.

Goku gosta de treinar e é quase incansável. Não dispensa um bom adversário para superar/melhorar sua força. É um sujeito pacato, amigo de todos e sua única falha é a inocência/ingenuidade. Já Vegeta é orgulhoso e, mesmo sendo parceiro de Goku (e parecer não assumir isso), é um bom guerreiro. Antes era um assassino e hoje luta pela defesa da Terra. Seu forte temperamento é um ponto bem característico.

A diferença entre Goku e Vegeta é que eles são técnica e força, respectivamente. Duas habilidades distintas que fazem deles grandes guerreiros Saiyajins. Isso pode ser percebido no embate de cada um contra Jiren. Episódios atrás, Goku atingiu uma força sobre humana e despertou o Instinto Superior (acredita-se que seja em modo de ataque, como é do seu perfil). Existe tanto a possibilidade de Vegeta atingir esse mesmo poder quanto ser eliminado por Jiren. O que sabemos de fato é que Vegeta irá despertar um poder superior ao Super Saiyajin Blue, como foi mencionado neste domingo (7) no preview do próximo episódio de Dragon Ball Super. Possivelmente seja o Instinto Superior -- ou não.

Apesar dessas diferenças entre Goku e Vegeta, o primeiro leva mais vantagem por seu esforço e humildade. Mesmo que Vegeta consiga atingir o Instinto Superior, sua própria arrogância pode levá-lo à derrota. Tudo leva a crer de que seja isso mesmo. Uma vez que faltam pelo menos oito episódios (minutos?) para acabar o Torneio. E Jiren é o guerreiro do 11º Universo que tem tudo para ficar até o fim e enfrentar o Goku numa revanche.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Sakura Card Captors é arrastado e ainda consegue agradar

Sakura está de volta com episódios inéditos

O início dos anos 2000 foi importante na história dos animês no Brasil. Não ficamos órfãos desse tipo de programa após o fim da TV Manchete em 1999. Várias emissoras abertas e por assinatura aderiram a nova onda que começou com o sucesso de Pokémon, Digimon, Dragon Ball Z e tantos outros títulos que formaram o filão. Algumas franquias retornaram como Os Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho e Sailor MoonFoi nesse período em que animês do estilo shoujo ganharam mais notoriedade do que nos anos 90. Ao lado de Serena e sua turma, outra série chamou atenção de boa parte do público infanto-juvenil e estará de volta à TV japonesa.

Sakura Card Captors estará de volta a partir desde fim de semana numa nova série. Cardcaptor Sakura: Clear Card é uma adaptação do mangá de mesmo título que está em publicação desde dezembro de 2016. Totalizando três volumes até o momento. A mesma dá continuidade à série clássica de animê/mangá.

Apesar do sucesso mediano, Sakura Card Captors nunca figurou entre meus animês favoritos. Mas sempre que podia eu acompanhava a trama no Cartoon Network e na Globo. Tudo era arrastado sim. Porém o romance era algo que de alguma forma prendia o público e cativava quem assistia. Mesmo que o espectador não tivesse compromisso algum com o horário. A busca de Sakura pelas cartas Clow era interessante. Ao mesmo tempo que dividia espaço para o dramalhão que era a paixão da garotinha de 10 anos por Yukito, um jovem com mais idade que ela. Tinha lá seus momentos sombrios. A verdade é que o animê era arrastado demais. Mas era justamente essas composições que faziam do desenho japonês um interessante clássico da CLAMP que marcou uma geração. Além dos excelentes traços e efeitos que enchiam os olhos de qualquer espectador.

A série original foi trazida para cá via Cloverway. Por pouco não vimos uma versão adulterada da Nelvana que colocou - vejam vocês - Shaoran como protagonista, ao invés de Sakura. (Hein???) Em tempo, Sakura Card Captors estreou no Brasil às 16h30 do dia 1 de novembro de 2000 na tela do Cartoon Network. Logo após Sailor Moon R que estreou também no mesmo dia e canal. Os temas de abertura e encerramento eram bem legais. Uma pena que não foram ao ar quando passou nas manhãs da Globo em 2001. Curiosamente outras séries shoujo passaram no mesmo horário de Sakura no Cartoon. Como a divertida Corrector Yui e a chata Super Doll Licca-chan.

A exibição de Cardcaptor Sakura: Clear Card está garantida no Brasil pelo canal de streaming Crunchyroll. Serão ao todo 26 episódios semanais.

Assista ao trailer oficial legendado: